Nice’~Virgem~
Nice curtia todo tipo de meninas. Gordas, magras, baixas, altas, risonhas, ranzinzas… Mas nunca quis se amarrar. Gostava da sensação de ter um imenso leque de possibilidades feminais para se refrescar. Nice era um vulcão. Quente como ela só. Só. Nice era profundamente só. Quando não estava enterrada em algum par de seios, Nice se bastava. Nice. Um vulcão sereno. Quando não estava encharcando com sua língua alguma vagina, Nice era rio sem vento, Calmo e misterioso. Mas por dentro, uma infinidade de seres a habitavam. Temidos crocodilos e piranhas famintas surgiam sobre o espelho d’Água a caça de carne nova, fresca. Nice era rio mas também vulcão. Derretia-se vez ou outra, fervente. Desejosamente fervente! Mas logo escorria, caudalosa em suas profundezas ainda inexploradas. Nice era virgem. Virgem de coração. Só conseguia sentir de fato o tesão, a explosão. Que logo encontrava o leito derramante das águas. Nice era fogo e terra. E água. Também era vento, soprando em intermináveis direções. Mas quando chegava à beira de seu rio, parava. E gastava seus olhos admirando a quietude de sua solidão.