Janaína’:Trepando o tempo:
Acordou naquele dia já em cima dele. Alisava com as mãos seu dorso nu e arrepiado pelo nascimento da manhã. Um cheiro de frescor penetrava o ambiente com doçura e delicadeza. À luz de pequenos raios solares que se adentravam pintando a pele esticada no conforto. Pássaros cantavam suas músicas matinais e de pernas abertas, Janaína se recheava de carne tenra e aguda. Colocando e tirando ininterruptamente. Sinos pareciam gritar dentro de si. E ele permanecia como seu cavalo. Em força, charme e sagacidade. Galopavam juntos até o pico mais alto de suas temperaturas. E quando ferviam, explodiam juntos em milhares de gotículas que brilhavam sob a luz de raios mais grossos, intensos e quentes. Janaína se levantou e preparou o café. Voltou com ele em uma bandeja florida e afetada. Ele a esperava com uma pequena caixa nas mãos. Trocaram entre si o que seguravam. E o que Janaína viu ao abrir aquela pequena, era um coração de aço com a seguinte inscrição: “E mesmo depois de vinte anos, te dou mais uma vez minha carne, e meu coração”. No minuto seguinte se deitaram de novo. E não dormiram.