Hilda’.Tinha.
Queria mais! Mas tinha tanto! Tinha amor e liberdade. Ciúme e confiança. Tinha habilidades. Trabalhava no que queria, casou com quem escolheu. Ainda não tinha filhos. Por opção. Não tinha rotina. E valorizava isso. Frequentava teatros, cinemas, museus, boates, bares, parques de diversões. Era inteligente e influente. Fluente em cinco línguas. Também tinha cinco tatuagens. Uma delas, bem protegida. E somente seu marido e seus outros quatro homens conheciam. É, existia um flerte violento com o número cinco. Os dias seguiam. Dando, abrindo, vivendo, dando, vivendo, abrindo, dando, abrindo mais, mais, mais… Até que um dia, acordou assada. Mas era uma mulher prevenida. Já tinha a gineco marcada há dois meses. Sabia desde pequena que uma mina bem explorada precisa sempre se renovar. Se não, mineiro nenhum vai suar. Tinha consciência.