Gioconda’*Telefone*
Gioconda era livre e solta. Frouxa no mundo, sempre se deixando levar por um dia de cada vez. Uma verdadeira bom vivant! Preferia a privacidade solitária de sua própria companhia a ter que dividir suas horas e sua rotina com qualquer um. Não queria gaiolas ou argolas. Gioconda voava, deixando um rastro de olhares gulosos por onde passava. A moça se amava! E sabia seduzir. Em cada porto, deixava um coração batendo violentamente na frequência do tesão. Certo dia, essa passarinha recebeu um desses sedentos corações. No instante em que abriu a porta, seu telefone tocou. Era Juca do outro lado da linha. E Era Victor cruzando sua porta. Juca, ao receber o alô daquela voz rouca de Gioconda, respondeu prontamente com um “te quero agora! Estou entrando em sua casa e sem dizer uma palavra, rasgo suas roupas. Te viro de bruços e te coloco apoiada no sofá. Sua bunda está bem empinadinha e minha língua está chegando lá. Contorno as linhas rígidas de suas pernas. E então as afasto. Introduzo meu dedo bem em seu meio molhado, encharcado. Sinto seu sangue correr sob sua pele morena e fresca. Te chupo. Exploro suas paredes internas com meu paladar aguçado e sereno. Quero todo o nosso tempo. Te sinto tremer, bambear os joelhos. E te vejo entornar logo em seguida. Estou agora lambendo o sumo divino que escorre de seu centro. Mas não perco tempo. E duro como uma pedra, me introduzo inteiro dentro de ti. Te finco, te furo, te enfio. Minha dureza dolorida de tanta saudade sentida. Entro e saio, entro e saio, entro e saio. Entro novamente, mas agora de leve. Agarro seus cabelos e aliso seu rosto. Te beijo a boca demoradamente. Ainda estou aí dentro. Quero morar em ti. Você me agarra as costas e solta um alto gemido. Eu entro e saio, entro e saio. E me desmancho te pintando de branco por dentro. Ai delicia! Minha menina devassa! Gostosa! Safada!” Gioconda, ofegante e suada, desliga a chamada. Esta nua e crua sob Victor. Este, que não trocou uma só palavra ao adentrar Gioconda. E fez exatamente o que o viva-voz sussurrava em um crescente gozo partilhado. Mas somente ela, Gioconda, gozou duas vezes.
Rejane Saraiva
08 ago 2017 @ 15:08
Adorei!!!