Clara’.Lá.
Eles estavam um por cima do outro. Ainda de roupa pois resistiam ao já declarado desejo doído que pairava entre os dois. Clara estava por cima. Ambos sentados, ela envolvendo o tronco dele com suas pernas longas e macias. Podia sentir em seus meios já encharcados, a dureza grossa que despontava do corpo fervente dele. Suavam. Suas bocas se procuravam nervosas e úmidas. Demorou para encaixar o beijo que até o presente momento se fantasiava de intenção fraterna. Fraterna? Nada por ali era terno. Tudo era tenso, escorregadio, urgente! Clara levantou a blusa e exibiu os seios rosados e pulsantes. Ele logo pousou suas mãos com profunda delicadeza, apertando de leve todo aquele contorno perfeitamente redondo, cabendo exatamente em cada uma de suas grandes e experientes mãos. Os gemidos contidos por infinitos dias começaram a se libertar de seus corpos já completamente nus e dentro um do outro. Um do outro. Estavam assim, sendo. Estavam conectados, ligados, grudados. Por ali as horas passaram. Se comiam, se engoliam. O beijo já sabia todos os caminhos e sem ansiedade, molhava a pele arrepiada de tesão. Tremeram juntos, gritaram abafados e se desaguaram dentro de si, dentro do outro. Dentro. Dentro. Um do outro. Como fariam agora? Queriam seguir assim. Dentro, fundo, colados. Se desencaixaram e seguiram a finitude do dia. Dia eterno, dentro dele, dentro dela. Quem os visse cruzar a rua, sob o sol seco de agreste, não poderia imaginar o que levavam por dentro.