Taciana’;Culpada;
Taciana ainda estava extasiada dos momentos vividos há algumas horas atrás. Era como se estivesse dentro de um sonho onde se está de olhos bem abertos, transitando entre a realidade e o que parece ser irreal. Ela estava procurando dentro de si a culpa, o remorso, uma certa tristeza… Mas não encontrava nada. Nada! Apenas o gosto daquela língua varrendo sua boca e daquele corpo pregado ao seu. Não chegaram às vias de fato. Apenas se roçaram. Se tocaram de leve, sentiram seus cheiros e a química das duas peles. O próprio beijo demorou a acontecer. Mas depois que as bocas finalmente se encontraram, o beijo ficou plural. Foram muitos deles. Intensos e extremamente presentes. Estavam vivendo o momento e deixando tudo fluir do jeito que dava para deixar. Porque dar, ela não podia. A moça era muito bem comprometida. O tesão por sua vez, ficou ali, explodindo nas mãos e nos lábios. E nos minutos. Esses passavam bem rápido! Precisava ir, voltar pra casa, para seu homem, para sua vida. Voltou. E a tal da culpa realmente não encontrou. E isso a deixou perplexa! Pois o que mais sabia fazer era se julgar. Sempre olhou para dentro de si tentando encontrar os caminhos que sua alma, residente de seu corpo, a levava. Estava extasiada. Fato! E o que aconteceu naqueles momentos já passados, iriam ficar guardados na memória de suas células. Rascunhado na moldura dele. Tendo apenas os cães da casa como testemunhas.