Bárbara’.Mais. …
Ele era gordo. Não muito. Mas também não pouco. Simplesmente gordo. Na medida. Ela, Bárbara, era magra. Não como uma modelo, mas era leve. Nunca haviam se tocado. Nem se conheciam muito. Apenas o suficiente. Lá pela terceira vez que se viam, estavam em uma festa e se esbarraram na saída do banheiro. Trocaram olhares desconcertantes por pequenos segundos quase intermináveis e se atracaram para dentro novamente sem trocar palavra. Quando ela percebeu, as mãos parrudas dele estavam enterradas entre seu par de coxas grossas. Ele cheirava a maconha e uísque. Bárbara cheirava a rosas e gim. Suas línguas tinham pressa em conhecer todo aquele território desconhecido. Ela sempre achou o gosto da novidade uma profunda felicidade. Mas dessa vez, a novidade era maior. Literalmente. Bárbara nunca tinha sentido um corpo tão pesado sobre o seu, dentro do seu. E o orgasmo foi na mesma proporção. Gordo, farto, gostoso! Quase enlouqueceu. Deixou ele ali. Em cima do vaso sanitário. Paralisado ainda de tanto desejo despejado. Ela levou seu corpo leve de volta para a festa e para o gim. Ele pensou que aquela noite jamais teria fim. Bárbara ficaria gravada em cada grande pedaço de seu corpo gordo.
Vanessa’.Na van.
Estavam voltando mortos, exaustos e extasiados. Molhados do próprio sal corpóreo. Levando dentro de si a sensação de dever cumprido. Pela estrada noite a fora, madrugada dentro, um corpo grande e masculino que tentava recostar no colo de um corpo menor e feminino. Onde já haviam vários corpos se apertando na van que os levaria de volta para casa. Todos dormiam. Mas uma mão se manteve acordada. A mão grande do corpo grande e masculino. Ela sorrateiramente foi cavando um espaço bem nobre, localizado exatamente entre as pernas do corpo menor e feminino, que servia de colo para metade daquele corpo de homem. A mão entrou sem cerimônia. Primeiro uns dois dedos. E quando esses dedos perceberam que o caminho estava encharcado, tratou logo de convidar os companheiros dos lados. Pronto! Uma mão inteira acariciava o interior molhado e pulsante de uma xoxota eletrizada pela surpresa daquele gesto. Não demorou muito e gozou ali. Na mão masculina. Que logo em seguida foi devidamente lambida pelo dono dela. Delícia! Enquanto eles dormem, as corujas saem para caçar. Foi o que a boca masculina disse depois de se lambuzar e novamente se deitar para agora sim adormecer e só acordar quando o portão de casa aparecer.
Branca’¥Rainha dos raios¥
Branca massageava seu corpo no banho de chuveiro. Capenga e com poucas gotas, velho, mas era o que tinha. Ia comprar um chuveiro novo. Não poderia esquecer essa demanda. Por agora tinha que aproveitar o banho. Sabe aquele antes de se deitar? Aquele que deixa seu corpo refrescado e cheiroso para o leito da madrugada. Branca adora essa sensação. Levou seus dedos até sua boceta e abriu os grandes lábios enquanto sua outra mão manuseou o chuveirinho com um jato médio levemente intenso. O suficiente para fazer Branca tremer e gemer até quase morrer de prazer. Seu corpo molhado já completamente excitado. Com a boca entreaberta, os olhos blindados e imersa em seus pensamentos ouviu de longe a chuva que começou a cair lá fora. Sentiu no fundo do seu íntimo o som de trovões… Corpos, cheiros e trovões. Tudo ali, agora. E quando Branca e seu corpo já caminhavam para o limite da morte em vida, aquele orgasmo delicioso foi iluminado por um raio certeiro e tarado que atravessou o corpo de Branca no instante momento do maior desejo. Branca morreu. Morreu duas vezes ao mesmo tempo. E nada viu. Sentiu e foi. E em algum lugar, chegou Rainha.
Luzia’~Metida – Parte três~
A sineta tocou e Filomena adentrou a sala de Luzia coberta pela luz do meio da manhã. Não era possível descrevê-la. Era tão intensa sua beleza e energia que ela era simplesmente o ideal de qualquer um. Que mulher! Que Mulher! Trazia em seu braço uma grande cesta de Chapeuzinho vermelho. O selinho foi a abertura de cena. Molhado e semi demorado. Enquanto as mãos daquela mulher apanhavam uma amora grande e suculenta da cesta e metia no meio desse selinho preliminar . Luzia viu zil luzes por suas paredes pardas. Caíram no chão sem ainda sequer trocar qualquer formalidade. Um cheiro de flor e lavanda invadia todo o ambiente. Primeiro foram os dedos de Filomena que penetraram Luzia. Em seguida, toda uma mão. Foder com as mãos… Filomena fazia isso como ninguém. Não podemos negar que sua profissão ajudava muito no aprimoramento da experiência. Luzia se enrijeceu e logo em seguida amoleceu. Se entregou como água que deságua em mais água. Tremeu, gritou, girou, arfou… Estava imersa dentro de um sonho perfumado e tarado. Gozou e sem respirar jogou o corpo de Filomena no sofá, arreganhou suas pernas e pôs-se a chupar a boceta da atriz com tanta vontade que a baba escorria grossa por entre os grandes lábios. Enquanto a boca se ocupava as mãos procuram os seios. Acharam-nos tensos e bicudos. Como se quisessem explodir sob a pele. Mais gritos, mais gemidos, sussurros, frutas riscadas em seus corpos. Champanhe! Mais! Tim-Tim! Hahahahahahahahahaha… Cozinha. Filomena apenas de avental, prepara um peixe para saborear com Luzia. Dança. Dançaram longamente juntas, grudadas, alucinadas. Adormeceram. Se roçaram entre sonho e realidade. Despertaram, tomaram café preto, fumaram um baseado e fizeram brigadeiro de panela. Assistiram Carlitos comendo guacamole com Doritos. Brindaram com mais Champanhe. Filomena vestiu uma lingerie lilás e rendada. Ligou a vitrola e deu seu melhor momento para os olhos de Luzia. E então mais uma vez se lambuzaram. Treparam, rodopiaram, riram, lágrimas também caíram. Estavam sensualmente molhadas. Tomaram banho com toda a delicadeza do toque. Sem pressa e sem mordida. Suave, com óleos e massagens. E a meia-noite chegou. Filomena, como uma Cinderela sem príncipe e feliz, trocou-se e com o selinho final, molhado e demorado, se separou de Luzia.
Luzia’~Metida – Parte dois~
Veio simples, objetiva e direta! Dizia assim: “Oi meu bem! Obrigada por seu contato. Terei o maior prazer em conhecê-la e trocar algo contigo. Estou saindo de férias mas posso te encontrar ainda no final dessa semana. O que acha?
Um beijo,
Filomena. “
Luzia zuniu. Sua cabeça ferveu, seu coração saltou e sua boca desertou. Virou areia. Ficou um tempo ali parada tentando normalizar seu ar. Passou o dia embasbacada! E não conseguiu fazer nada durante essas seguintes horas intermináveis e sem sentido. Dormiu, despertou em um novo dia e sentou-se na frente de seu computador. Era uma quinta-feira cinza e úmida.
“Oi Filomena. Podemos nos encontrar amanhã? Estarei em casa o dia todo. Posso te esperar com um um café ou algo mais forte se preferir.
um beijo meu pra você!”
Luzia enviou e foi viver finalmente um dia. Foi ao mercado, ao cartório, ao cinema, ao salão de beleza… voltou bem à noitinha, cansada, se sentindo produtiva. Banhou-se calmamente e sentou-se novamente na frente do seu computador. E lá piscava a resposta:
“Oi meu bem. Adoro a ideia de sexta! Me passe seu endereço e levo teu café, teu almoço e ainda te preparo a janta.
Mais um beijo. Demorado.
Filomena.”
Continua…