Elizabeta’,asas,
Saltava sexo pelos poros de Elizabeta. Mulher balzaca, casada, formada, de família estruturada e com uma rede eclética de amigos. Articulada, bronzeada, tímida mas nem tanto. Safa, dengosa, muito carinhosa. Por vezes um mistério profundo e impenetrável. Sorriso largo, pés atentos, ombros cansados. Um vulcão. Amando a companhia mas querendo tanto ficar sozinha. Mergulhar em si, cavando todos os desejos que ela coloca sim para fora. Sendo ela dela mesma. Mesmo se entregando a outros diversos velhos conhecidos. Mesmo casada. Convivendo com o segredo velado pela possibilidade de voar ou não. O amor não é uma gaiola, ela podia alçar. E voava, ciente e sedutora. Louca, doce doida. Chapada pela erva e pelo álcool de certos dias. Passada com sal e pimenta na realidade de seu destino. Uma erupção. Um caminho inteiro sendo tocado por sua lava, vermelha, quente, forte. Destruidora? Não sabia. Receava apenas. E ele ainda a indagou: mas você é casada, não fica com outras pessoas…