Drica’,A surpresa,
Eles estavam conhecendo um lugar novo, diferente. Amplo, vazado, amadeirado, com águas naturais rodeando a construção aparentemente rústica mas muito bem elaborada. Na verdade, não sabiam ao certo o que estavam fazendo ali. Apenas estavam. Haviam residentes permanentes daquele lugar. Rostos desconhecidos mas que pareciam conhecer profundamente cada um deles. Drica sentiu isso assim que adentrou todo aquele mistério excitante. Sua mãe também estava em sua companhia. Ela, a mãe, e alguns amigos. Num tempo espaço cada um deles saciava sua curiosidade caminhando pelas escadas de muitos andares que levavam a infinitas possibilidades. Somente Drica ficou. No andar de baixo, com os pés na água amarronzada mas transparente. Não havia peixes. Apenas muitas pedrinhas compunham o fundo ainda raso. Eis que surge então um homem. Imergindo com sua cabeça e ombros malhados, ele, sem cerimônia, começa a beijar os pés de Drica que sem nada entender, aceita a súbita condição se deixando levar pelo arrepio que percorria seu corpo concomitantemente com os lábios macios daquele ser masculino. Drica estava de saia. E naquele momento a moça pensou: “Que sorte!” A boca do homem subiu sem muita demora ao centro de Drica que já esperava ansiosa por aquela língua em seus meios. E ela veio. A língua. Molhada e habilidosa! Drica se entregou para o que pareceu ser uma hora ou um segundo. Tudo ali estava extremamente relativo. Então alguém despontou mais ao longe, pelo seu lado direito e balbuciou algo que ela não entendeu. Drica já estava quase lá. E bastou esse balbuciar para Drica virar sua atenção novamente para o meio embevecido de seus fluídos na boca daquele homem e jorrar dentro dele. Gozando sem vergonha, sem culpa, deliciosamente! Não se recorda por quanto tempo gozou. Mas gozou. Como que parada em movimento. Sacudindo, tremendo e viva, levemente viva no agora. O homem saiu da água e já parecia um menino. Um menino muito, muito bonito! Drica, ainda recuperando o fôlego, tentando voltar para a realidade esmagadora da urgência da vida, viu e ouviu um homem mais velho, o que parecia ser o anfitrião lhe perguntar: “foi bom?” Mas antes que ela pudesse responder, acordou. Estava pousada em sua cama fofa, envolvida em algodão mas sentindo ainda os tremores daquela outra dimensão. Despertou com a voz da mãe vinda do corredor do apartamento. Imagina se algo assim, com essa companhia, seria realidade.