.Lar.
Transaram ali na esquina da sala. No cantinho mais amontoado da pequena casa. Casa no mato. Mato com cachorro. Dois. Jorge e Mateus. Labradores doces e fiéis que sempre se calavam quando seus donos se atracavam enrolados em algum lugar dentro ou fora. Lá fora era o verde denso, fresco, fechado como uma floresta sem clareira. Corria um rio discreto e próximo. Era possível ouvir o som de sua evolução sobre a terra. Eles treparam em algumas árvores. Desde sempre, quando crianças já apaixonadas! Lá dentro era o sonho deles. A madeira, as garrafas e telhas que carregaram e colocaram pacientemente em seus devidos lugares. Era pequeno sim, mas muito deles. Cada tom de luz incidia de acordo com o dia ou noite que atravessava cada folhagem ao redor do lar dos dois. Cresceram nos arredondados daquele terreno. Quando podiam ser um do outro sem justificativas. Construíram aquelas paredes, batizaram aquele chão, montaram aquele céu. Se tinham todos os dias. Não tinha hora pois o tempo corria com o rio discreto e próximo! Presentemente vivos, estavam ali, dois corpos amantes, transando na esquina da sala.